Assim que chegamos aqui nos USA nosso foco principal era matricular as crianças na escola o quanto antes para que elas ja entrassem numa rotina e nao sentissem tanto assim a mudança, e claro, ja comecassem a praticar o ingles.
Manu comecou a escola na semana seguinte e td fluiu bem. Ja o Lucas a historia foi outra.
Lucas nao tinha (e ainda nao tem) idade para ingressar na escola publica, entao fomos atras de uma pre school particular. Fomos em uma indicada por uma amiga e gostamos muito, o unico porem eh que so abriria vaga para dali a um mes.
No dia que o Lucas comecaria as aulas, o marido ja tinha voltado para o Brasil e portanto, eu passei por toda a sua adaptacao sozinha. E nao foi brincadeira.
Lucas nao falava um A em ingles. Alias ate o portugues ele ainda falava com bastantes erros. Pra piorar na salinha dele nao havia nenhum coleguinha brasileiro (nao sei se isso era bom ou ruim, mas naquele momento eu juro que teria ficado bem mais tranquila se houvesse algum coleguinha brasileiro para ajuda-lo). Conclusao, ele nao conseguia se comunicar, nao entendia o que os coleguinhas falavam com ele, nao entendia o que a professora falava com ele (mesmo ela se esforcando para falar em espanhol), passava os dias sozinhos.
Lucas chorou. Chorou muito para ir para escola. Cada dia que eu o deixava la, eu entrava no carro e chorava. Aquele choro doído em que nos questionamos se estamos fazendo a melhor coisa para eles, aquele choro em que pedimos perdao a Deus por fazer ele passar por isso, aquele choro em que o sentimento de solidao bate forte.
Me rasgava o coracao ve-lo implorar para nao ir para a escola, ouvi-lo dizer que as criancas riam dele, que ele nao tinha amigos, que ele queria voltar para o Brasil. Foi Phoda!!
Ate que uma semana ou mais depois, eu tive uma conversa seria com a professora dele. Eu sei que ela estava fazendo o melhor que podia para ajuda-lo, mas isso nao estava sendo suficiente, pq por mais que ela o ajudasse a entender o que todos falavam com ele, faltava algo primordial, faltava carinho.
Entao abri o jogo com ela. Disse que entendia que aqui nos USA eles nao tem o habito de abracar e pegar os alunos no colo para consola-los, mas que eu estava autorizando ela a fazer isso com meu filho. Expliquei que se ele nao se sentisse seguro e criasse um vinculo com ela na sala, que ele nunca ia ficar bem na escola. E que ela so conseguiria isso atraves de carinho.
No dia seguinte quando o trouxe para a escola e ele comecou a chorar, a professora na hora o pegou no colo e o levou para ajuda-lo com alguma coisa.
Isso foi o suficiente para que a cada dia o Lucas se sentisse melhor e melhor na escola. Ainda tem dias que ele reclama para ir ou chora. Mas hoje eu sei que ele passa o dia super bem la. Ja ate aprendeu a escrever seu nome.
Qto ao ingles...bem, continua nao falando nada, mas ja esta entendendo quase tudo que a professora pede para ele. Entao, acho que estamos progredindo, ne?
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